StudioShantYoga

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sábado, 22 de junho de 2013

BANDHAS – POTENCIALIZANDO O PRÁNÁYÁMA


Na literatura do Yoga, a palavra Bandha, que literalmente significa um nó, é aplicada a variadas contrações e relaxamentos musculares com vistas a influenciar os sistemas nervoso, vascular e glandular. 
Osbandhassão contrações de determinadas áreas do corpo físico, como plexos, nervos, órgãos e glândulas, que estão relacionadas aoschakras, centros da energia vital, e que funcionam como canalizadores do fluxo energético. Quatro são de capital importância: 
1)jalandhara- contração da garganta, 2)uddiyana- contração do abdômen, 3)mula- contração do assoalho pélvico, e 4)jihva- contração da língua. 
Podem ser executados individualmente ou combinados entre si ou com algum ásana ou pránáyáma para conferir certa dose de potencialização. Porém estas combinações só devem ser adotadas com plena segurança de que a prática continua confortável, consciente e respeitando-se o princípio da progressividade. 

Lembrando que para aprender exercícios específicos, a orientação de um especialista é sempre indispensável, segue abaixo exemplos de combinação de pránáyáma e bandhas. 
Inicialmente a descrição da respiração completa, depois acrescentando ritmo e bandhas e por fim podendo sobrepor mentalização. 


Antara Kumbhaka – respiração completa com ritmo (1-2-1 ou 1-4-2). 
Outro nome: kúmbhaka. 
  1. Inspirar dilatando a parte baixa (adhama), média (madhyama) e alta (uttama) dos pulmões, primeiramente projetando o abdômen para fora, depois as costelas para os lados e finalmente expandindo o alto do tórax, contando um tempo; 
  2. Reter o ar nos pulmões, contando dois tempos; 
  3. Expirar, soltando o ar primeiramente da parte alta, depois da parte média e finalmente da parte baixa dos pulmões, contando um tempo. 
Obs: para os mais adiantados, o ritmo pode ir progressivamente passando para 1-4-2, que é muito mais forte. 

Kúmbhaka bandha 
A palavrakúmbhaoukúmbhakasignificacântaro.Kúmbhaka bandhaé a respiração completa, com ritmo e contrações. É um dos exercícios mais importantes doYoga, tendo uma forte atuação nos órgãos internos, glândulas endócrinas e plexos nervosos. O mais importante desta técnica, porém, não está em seu efeito fisiológico, senão no plano sutil, no estímulo produzido no corpo energético. Proporciona obhúta shuddhi, a purificação dos elementos corporais, considerada condiçãosine qua nonpara o despertar dakundaliní.  Sentado em atitude receptiva, mantenha a coluna vertebral ereta, visualizando-a como se fosse uma quantidade de moedas empilhadas cuidadosamente umas sobre as outras. Deixe as mãos emjñána mudrá, unindo os polegares e indicadores. 

Bandha kúmbhaka pránáyáma - respiração completa, com ritmo e com bandhas (1-2-1). 
Outro nome: kúmbhaka bandha. 
a) Inspirar como no antara kúmbhaka, acima, só que, ao inspirar, elevar o queixo distendo a tireoide, enquanto conta um tempo; 
b) Reter o ar contando dois tempos; 
c) Expirar como no antara kúmbhaka, em um tempo, só que ao expirar deve-se ir tombando a cabeça para frente, comprimindo com o queixo contra o peito (jalandhara bandha), puxando o abdômen bem para dentro, para trás e para cima (uddiyana bandha) e contraindo fortemente os esfíncteres do ânus e da uretra (múla bandha). A prática conjunta desses três bandhas é denominada bandha traya 
Obs.: para os mais adiantados o ritmo pode ir progressivamente para 1-4-2. 


Efeitos: exercita todos os músculos e articulações do aparelho respiratório, aumentando a elasticidade da caixa torácica, eliminando tensões musculares e aumentando a capacidade vital do praticante. 
 
Estimula o funcionamento do sistema endócrino e do sistema nervoso, melhora a digestão e a excreção e otimiza a oxigenação do sangue. Há ainda o estímulo produzido pela contração tríplice,bandha traya, que é fortíssimo, tanto fisiológica quanto energeticamente. 
 
Dentre os efeitos sutis destacamos a estabilização dos pensamentos, a eliminação da instabilidade da consciência (chittavritti), a sensação de receptividade, alegria e expansão da própria consciência. 

Manasika pránáyáma – respiração completa com mentalização 
  1. Inspirar lentamente e imaginar com nitidez uma forte luz dourada penetrando pelas narinas; 
  2. Reter o ar nos pulmões, visualizando esta energia sendo absorvida pelos alvéolos, penetrando na corrente sanguínea e sendo depositada em cada célula, revitalizando-as; 
  3. Ao expirar mentalize o corpo irradiante como o sol; 
  4. Pode-se acrescentar bandhas e ritmo, como também utilizar outras cores de acordo com o interesse naquele momento. 


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    Referências bibliográficas disponíveis em: 
    SILVA, Gerson D’Addio da. Curso Básico de Yoga: teórico prático. 1 ed. São Paulo: Grecco e Mello, 2007. p.275 
    KUVALAYANANDA, SwamiPránáyáma. São Paulo: Phorte Editora, 2008. p.75 
    <http://yoganataraja.locaweb.com.br/Livros/PranayamaTeoria/PranaTeoria.html> DE ROSE, André. Respire Criatura! Pránáyáma. 1 ed. p.24  acesso em 14/05/13 
    <http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1124613-ioga-pode-estimular-o-bom-funcionamento-da-tireoide.shtml> acesso em 10/06/13 
    <http://www.yoga.pro.br/artigos/318/3030/kumbhaka-bandha-pranayama> acesso em 14/06/13